Efeito do fogo nas áreas úmidas

Os efeitos do fogo primários e secundários
efeitos na composição (evidencias em estudos palinologicos e em estudos fitossociologicos)...
Visto que o fogo provoca diversos efeitos em áreas de vegetação alagadas, e.g. alteração topográfica da surperfície do solo, exposição do solo, queda de matéria orgânica no solo, erosão e alteração da disponibilidade de nutrientes (Kotze 2013), torna-se necessário tentar entender como é a resiliência das áreas úmidas frente ao distúrbio do fogo e como esta vegetação se comporta com queimadas frequentes. Scott (2000), evidencia que no início do Carbonífero o carvão era abundante e comum e o relaciona com as grandes queimadas. Nos últimos 400 milhões de anos o planeta sofreu importantes mudanças no nível de oxigênio atmosférico e essas mudanças afetaram a intensidade e a frequência do fogo nos ecossistemas úmidos (Scott 2000). Diversos estudos possuem enfoque palinológico, no qual evidênciam a ocorrência e aumento da frequência de incêndios florestais de larga escala ao longo do Holoceno. Estes incêndios florestais desempenharam o papel de controlar e alterar a composição do ecossistema, particularmente a vegetação savânica e florestal. Estas alterações na vegetação podem explicar as transições de estados nas áreas úmidas, no qual não ocorrem somente pelo distúrbio do fogo, mas também pelas mudanças climáticas regionais e influência das atividades humanas (Brugger et al. 2016, Cole et al. 2015, Proske et al. 2014, Scott 2000, Tareq et al. 2005).
Queimadas se tornaram frenquentes nas áreas úmidas e diversos estudos analisaram diferentes tipos de áreas úmidas, como as florestas de turfeiras, a savana e campos abertos, e as consequências que o fogo traz para a estrutura de cada vegetação (Flores et al. 2016, Franklin  et al. 2007, Watts & Kobziar 2015, Miettinen et al. 2013, Miettinen et al. 2012, Oliveiras et al. 2014, Oliveira et al. 2014, McCarthy & Ellery 1998). Todos esses exemplos de áreas úmidas possuem pontos em comum, por exemplo, a sazonalidade climática e hidrológica, impacto humano e armazenamento de material combustível. De acordo com Cole et al. (2015), com a queima, as florestas de turfeira possuem o grau de instabilidade do ecossistema aumentado, e que a probabilidade de persistência no ambiente ou de continuar resiliente é diminuída a longo prazo, isto porque a queima, o período de seca e atividades humanas provocam uma sucessão de eventos no qual a sua recuperação é severamente prejudicada. Flores et al. (2016) estudou as florestas de turfeiras da Floresta Amazônica, no qual ele classifica que as áreas alagadas refletem a presença de um estado de savana, que o tempo de recuperação da cobertura das árvores pós queima é mais lento nas planícies de inundação quando comparado com florestas de terra firme. Mudanças na textura do solo e na fertilidade também foram observadas, com diminuição de nutrientes do solo, que acarreta ao lento rebrote e consequente perda de fertilidade do solo (Flores et al. 2016). Desta forma, florestas inundáveis são mais atraídas por repetidos incêndios quando possuem um estado de vegetação aberta (Flores et al. 2016). Áreas úmidas são áreas vulneráveis e possuem sua resiliência prejudicada com os distúrbios causados pelo fogo. Isto pode ser considerado um começo para estados alternativos estáveis e que a gravidade do distúrbio pode forçar determinado ecossistema migrar de um hábito vegetacional para outro (Oliveiras et al. 2014, Oliveira et al. 2014, Miettinen et al. 2012).