O problema é que, em realidade virtual, não há mais a integração perfeita entre a vergência e a acomodação. Isso porque, independentemente da imagem exibida, não há como mudar o fato de que a tela está a apenas alguns centímetros dos seus olhos — mesmo que um conjunto de lentes possa curvar a luz, esse efeito normalmente funciona para distâncias entre 1 metro e 3 metros, fazendo com que quaisquer outras pareçam borradas.
E há também a questão do foco. Repita a experiência do dedo e repare em um dado adicional: ao manter o olhar fixo ali, todo o mais é desfocado. Bem, mas isso não ocorre com as telas em dispositivos de realidade virtual, em que tudo é permanentemente mantido em foco, não importando para onde você esteja olhando — o que certamente pode causar grandes desconfortos após longos períodos de exposição.

Seria o Magic Leap a solução?

Naturalmente, há várias propostas que pretendem se desviar das limitações de profundidade de campo próprias da realidade virtual. Entretanto, é provável que a mais promissora entre elas, neste momento, seja a tecnologia batizada de Magic Leap.
Embora não muito tenha sido mostrado até o momento, sabe-se que a companhia pretende substituir a tradicional tela em pixels por uma enorme matriz formada por espelhos minúsculos. Segundo a companhia, isso torna possível refletir as luzes diretamente para os olhos, com a profundidade correta e com setores entrando e saindo de foco, tal e qual ocorreria com um objeto real.

Visão periférica

A impressão de “realidade” que você tem ao olhar ao redor certamente está associado ao que está na frente dos seus olhos... Mas não apenas isso. De fato, a chamada visão periférica é igualmente importante, sendo particularmente sensível a movimentos — basta se lembrar daquele inseto que você enxergou apenas “de canto de olho”.
Entretanto, para incluir adequadamente a visão periférica, os dispositivos de realidade virtual precisam, naturalmente, ter suas telas dramaticamente aumentadas. E é aí que surge o problema. Conforme disse o professor da Universidade de Hamburgo Frank Steinickle, em entrevista ao Gizmodo, “Quanto maior é o campo de visão, tão mais sensível aos movimentos você se torna.”