Idealmente, essa latência deve ser zero, tal e qual ocorre no mundo real. Conforme disse o Dr. Beau Cronin, PhD em neurociência computacional pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) em entrevista ao Gizmodo, “Os nossos sistemas sensorial e motor são muito bem sincronizados”. Naturalmente, mesmo que esse atraso seja minimizado ao máximo, é impossível que ele deixe de existir, já que o processo de leitura de movimentos e processamento de novas imagens sempre tomará algum tempo.

Quanto tempo é tolerado?

A questão, portanto, não é encarar a tarefa hercúlea e virtualmente impossível de anular essa latência. Trata-se, antes, de chegar ao maior valor que é tolerado pelo cérebro humano — sem que o cérebro perceba o descompasso, que, além de comprometer a experiência, é o que também causa as famosas náuseas e dores de cabeça.
Entretanto, mesmo isso acaba sendo um grande desafio, já que, como é fácil imaginar, as pessoas têm limites diferentes de tolerância para a latência. Embora alguns cérebros façam “vista grossa” para centenas de milissegundos, por exemplo, há quem já se sinta enjoado mesmo com 3 ou 4 milissegundos. Trata-se, portanto, de encontrar um valor que possa ser ignorado pela maioria das pessoas... E considerar o trabalho como concluído.

Vergência e acomodação dos olhos

Mas a latência não é a única questão que faz algumas pessoas vomitarem mais em um parque de diversões virtual do que em um real. Há também a “vergência”, cujo funcionamento está também intimamente atrelado à acomodação do foco nos seus olhos. É isso que faz com que mesmo um enorme descampado virtual ainda lhe dê a impressão de estar dentro de uma pequena sala — novamente, gerando dores de cabeça e náuseas.
Para entender do que se trata, basta posicionar um dedo na frente dos seus olhos. Conforme o afasta ou aproxima, seus olhos divergem ou convergem, acomodando-se à variação de distância com movimentos musculares. Já a acomodação é o movimento focal das lentes nos seus olhos, que também se adéqua à distância dos objetos.