Kuhn (1991) definiu paradigmas científicos como realizações cientificas reconhecidas que, durante algum tempo, de modo mais ou menos explícito, fornecem problemas e orientam o desenvolvimento de pesquisas na busca da solução para os problemas de determinada ciência.  Dentro desse conceito, são criadas técnicas e conceitos compartilhados pela comunidade científica, num determinado momento histórico, e, simultaneamente, um conjunto dos procedimentos consagrados que direcionam a pesquisa. Nesse tipo de visão científica, a pesquisa é realizada com vícios de pensamento, que levam os cientistas de determinada época a permanecer limitado ao que definiram como seu universo de estudo, admitindo somente conclusões que lhe parecem prováveis. Conforme a ciência se desenvolve, e são encontrados resultados contrários aos esperados, o paradigma é adaptado a nova realidade ou, quando impossível de conciliar, um novo paradigma é adotado.    
Na ciência do solo, como em outras ciências,  diversos paradigmas foram desenvolvidos ao longo do tempo. O mais comum deles provavelmente seja o da relação solo-paisagem, seguindo Hudson (1992) originados nos trabalhos de Dokuchaev (GLINKA, 1927) e Hilgard (JENNY, 1941). O paradigma se baseia na ideia de que se temos conhecimento de como o solo foi formado, podemos descrevê-lo a partir do modelo determinístico baseados em seus fatores de formação:
\(S=f(cl,o,r,p,t,\dots)\)
em que o solo (S) é função do clima (cl), dos organismos (o) e do relevo (r), agindo sobre o material parental (p) durante um período de tempo (t) e fatores desconhecidos (...).  
Assumimos assim que o solo é o resultado da interação combinatória entre os fatores de formação, a partir de processos pedogenéticos que resultam das condições climáticas, biológicas e topográficas atuais e do material geológico subjacente e também é um produto de como essas condições mudaram ao longo do tempo. Esse modelo é uma declaração genérica que se complementam ao afirmar que os solos são corpos naturais organizados distribuídos de uma maneira previsível em resposta a variação e interação entre os fatores de formação. Uma vez que, os fatores não especificam a natureza destas variações, surge o caminho para que uma ampla gama de problemas científicos pudesse ser objeto de pesquisa na ciência, consolidando o paradigma.
Esse modelo de associação solo-paisagem é utilizado para aumentar o entendimento da relação espacial entre os atributos da paisagem e os solos. É baseado nesse conceito que os levantamentos tradicionalmente são realizados. Em grande parte das pesquisas de solo, as classes de solo são reconhecidas na paisagem e os limites entre elas desenhados intuitivamente, baseados em características visuais. Ao estudar estas relações, a maioria dos cientistas do solo passa por uma mudança conceitual, fazendo com que após adquirida experiência, seja construído um modelo mental conceitual de delimitação e agrupamento da paisagem, chamado de conhecimento tácito.