Segundo Webster (2000) deterministico
O processo de criação da imagem depois do modelo consolidado, torna impossível olhar para uma paisagem sem dividir mentalmente em unidades distintas. Além disso, muitas vezes não conseguem se lembrar de como as paisagens eram antes da mudança conceitual. Esse talvez seja o elo mais fraco dessa abordagem. Poucos cientistas conseguem expressar os conceitos construído verbalmente porque as informações foram adquiridas intuitivamente ou tacitamente.
Os conceitos desse paradigma foram internalizados observando os relacionamentos entre solos e paisagens dia após dia em cenários diferentes. Porém, a confiança extrema no conhecimento tácito, aquele adquirido pelas experiências cria inúmeras ineficiências, tanto na aprendizagem do paradigma da paisagem, assim como na disseminação da informação resultante da sua aplicação. Embora os mapas estejam disponíveis, a maioria do conhecimento não é explicitado nos levantamentos. Hudson em (1992) já alertava para a falta de sistematização do conteúdo dos mapas em forma escrito, o que faz com que muito do conhecimento dos paradigmas solo-paisagem permanece nos mapas de solos. Assim, anos de pesquisa, tempo e recursos investidos ficam de fora da literatura da ciência do solo. Se eu não posso entender completamente o processo de construção destas relações, que informações eu posso obter a partir dos mapas por assim gerados? Até que ponto essas informações são úteis? Qual é a qualidade dessa separação tácita?
 A ideia é que, não basta o conhecimento tácito. É preciso avaliar a qualidade da separação do ambiente. O sucesso do mapa é avaliado pela medida em que podem ser feitas afirmações mais precisas sobre o solo dentro das unidades de mapeamento de mapas anteriores ou da paisagem em geral se não houvesse mapas anteriores. Esse ponto é discutido por Webster e Beckett (1968) em que se discute a redução da variância dentro das classes como uma ferramenta para avaliação da qualidade do mapeamento, trazendo o conceito de pureza das classes. Assim, o usuário medirá o sucesso da pesquisa do solo se as afirmações suficientemente precisas podem ser feitas sobre o solo dentro de cada unidade de mapeamento.
Dentro de um mapa do solo se desejará ver a redução máxima na variância dentro da classe em comparação com a variância dentro das classes de mapeadas. Essa pureza só pode ser alcançada se conseguirmos reduzir a variância dentro das unidades separadas no mapa. Como usurários estamos interessados no quão aplicável a informação da classe é. Webser e Beckett (1968) afirmam que não importa quão grande seja a redução na variação dentro da classe, se a variância não for reduzida o bastante, então o mapa não pode ser usado. Do mesmo modo, se a variação na área não for menor que o limite, então o mapa não é necessário.
Pensando nisso, a abordagem do levantamento deve se adequar a essas condições e define os métodos e as premissas para o levantamento com base nos objetivos do levantamento. Seja via levantamento convencional ou via krigagem, a amostragem deve ser planejada de modo que os objetivos do levantamento sejam alcançados.
Lart e Beckett (1998) falam dessa necessidade de avaliar a qualidade das informações geradas e surge a necessidade de um reconhecimento prévio da área ou levantamento prévio para definir o número de amostras adequado ou qual é a melhor abordagem para mapear as classes ou propriedades do solo, definida pelos autores como um descritor geostatístico da distribuição das classes do solo na paisagem.
Um exemplo usual de pré-amostragem utilizada na ciência é a do no inventário florestal. A partir dele se define estratégias de amostragem e o número de parcelas ou unidades amostrais (n) a serem definidas no inventário florestal definitivo. Nesse contexto, estes chamados inventários pilotos, assumem esse papel de pré-amostragem. Com base na variância de um conjunto preliminar de informações sobre a população, é calculado o “n” ideal para que a estimativa de uma variável x seja mais próxima possível do parâmetro, dentro de um limites de erro tolerado.
Existe essa demanda dentro da ciência do solo. Conhecer a natureza da variabilidade que estudamos, antes de começar a delimitá-la na paisagem. Acredito que esses pontos precisam ser bem compreendidos. Um modo é tão importante quando o outro, cada um em uma função específica. A abordagem utilizada para realizar um levantamento de solos não será definida como certa ou errada. Dela, se produzirá informações que podem vir a ser úteis ou inúteis para uma finalidade de interesse. Por isso é tão importante conhecer a natureza da variável de interesse.
Imagine a variação da profundidade do solum da paisagem como um fenômeno a ser mapeado em uma escala de 1:2000. Como solução para esse problema pontual a utilização da dependência espacial é uma abordagem satisfatória. Agora imagine que a área em questão possui variações geológicas abruptas na paisagem, com uma frequência significativa de afloramentos rochosos, ou seja, existe uma grande variação em distâncias curtas. Passamos a nos referir a um fenômeno cujos limites são abruptos. Nesse cenário, a abordagem geoestatística apresentada anteriormente pode ser ineficaz, pela incapacidade de prever estes limites em relação à escala, dentro da fronteira definida pelo conjunto de dados.
O pesquisador de solo experiente geralmente poderá avaliar a qualidade do seu mapa e se é adequado. Mas a confiança dele pode não ser compartilhada pelo usuário potencial. O ideal seria que ele pudesse dar uma ideia clara do grau do que o seu mapa representa, enquanto o usuário receberá um produto com o nível de informação adequado para fins de previsão. Isto proporcionaria um ganho em informações disponíveis para outros usos, inclusive para mapeamentos mais detalhados.
Por fim, a integração entre o conhecimento tácito e os modelos matemáticos na resolução destes problemas poderá ser estimulada, na medida em que, a prática pedagógica da ciência do solo voltar-se para a expressão explicita do paradigma solo-paisagem, com real conceitualização. O grande desafio é colocar esse princípio em prática.