A memória e a imaginação são traços do comportamento humano que estão em constante transformação. Elas abrangem as esferas individuais e coletivas, as quais se influenciam reciprocamente. Neste desencadeamento pessoas e comunidade a reelaboraram e reassimilaram imagens memórias e informações, criando novas representações sobre estes fatos.
[4] Buscar sentidos significa ativar certas funções cerebrais e, por conseguinte, ativar processos de rememoração e lembranças. Ora, isto caracteriza o campo da imaginação e do imaginário, os quais desejaram investigar. Mesmo porque é vital conhecermos os sentidos ou significados atribuídos a Josef Kanat/Josef Mengele presentes na sociedade investigada.
Sobre o tema imaginário, privilegiamos a perspectiva do antropólogo Gilbert Durand (1994).
Para ele o imaginário se constrói quando o indivíduo busca mentalmente por significados que podem trazer conforto, tanto individual quanto coletivo. O que resulta em percepções, imagens, mitos e também na reprodução de símbolos.
[5] Além disso,
a temática vincula-se à psique dos sujeitos, a qual relaciona subjetividade e individualidade, bem como vínculos em contextos de ações sociais e culturais. É provável que este imaginário também esteja carregado de lembranças traumáticas, de retaliações às vítimas e, ao mesmo tempo, seja mobilizador de investigações científicas e de possíveis interesses políticos.
[6] O imaginário nos interessa, pois podemos analisar não apenas suas variações temporais, mas também as formas e injunções nas respectivas manifestações públicas de suas expressões. Isto em razão de que o imaginário e as representações são compartilhados através de narrativas históricas, as quais “se traduz nas variações interpretativas do conhecimento temporal”.
[7] Em relação às identidades e os processos imaginativos, Hall (2001) acena para processos inconscientes dos indivíduos ao longo do tempo, os quais estão em permanente construção e formulação.
[9] Igualmente a manipulação consciente/inconsciente das identidades pelos grupos sociais e pelos meios de comunicação serão aspectos importantes para compreensão com a presente pesquisa.
As identidades de Josef Kanat e de Josef Mengele são frequentemente associadas ao nazismo, experiências médicas e polêmicas. Para termos uma dimensão deste assunto, basta uma simples pesquisa na internet. Circulam notícias, artigos e filmes sobre nazistas na Argentina e no Sul do Brasil, sendo que algumas delas suspeitam até mesmo da confirmação da identidade do corpo identificado como o de Josef Mengele em São Paulo, na década de 1980.
[10] Diante deste conjunto de informações disponíveis atualmente é importante verificar junto aos munícipes de Mamborê nuances do imaginário e da imaginação acerca desta personagem histórica emblemática que gerou polêmica, especulação e publicidade para a cidade. Em contrapartida,
investigar os procedimentos médicos e as condições de saúde pública no Brasil e estes se refletiram no município de Mamborê a partir da década de 1950 é importante para compreendermos as condições e direitos que a população brasileira tinha nesse período. A política pública criada no Brasil (1953) através do Ministério da Saúde desnuda problemas acerca da assistência médica plena aos brasileiros e a avaliação e acompanhamento das condutas médicas neste período. Com isso, é preciso verificar como essa política pública refletiu entre a população local e o acompanhamento das práticas médicas em procedimentos cirúrgicos.
O conceito de História Pública no Brasil está sendo refletida em diversos ambientes entre professores e historiadores nos últimos anos.
[11] Em geral o termo diz respeito à ação compartilhada do conhecimento acerca do passado entre historiadores e sociedade. Isto requer ações conjuntas em diferentes ambientes, públicos e institucionais, com participação efetiva de todos. Conforme Santhiago (2016) uma História Pública que seja construída não
sobre e nem
para, mas
com o público. Não é apenas criar um público e alcançar as audiências, mas é uma postura diante do outro que não o caracteriza somente com um objeto de pesquisa, mas também como sujeito da investigação e da reflexão de suas próprias experiências em relação ao passado. (SANTHIAGO, 2018).
A História sendo feita com o público se torna uma história colaborativa, que ao invés do público consumir os resultados da pesquisa, o mesmo faz parte do processo ativamente em um constante diálogo entre pesquisador e sujeitos. Com isso, esse novo caminho de conhecimento e prática em História se torna um processo que colabora para a reflexão da comunidade sobre sua própria história a relação entre passado e presente, enfim, de como tornar o passado útil para o presente.
[12] E neste processo a História Pública convida o público para uma autoridade compartilhada, que implica em pensar em modos de produção de conhecimento histórico no diálogo como alternativa e colaboração. (FRISCH, 2016).
Portanto, em termos
teóricos e metodológicos, o cruzamento de dados da aplicação de pesquisa de opinião pública, com
entrevistas [13] abertas com descendentes e vítimas de erros médicos, é possível partilhar conhecimento histórico e desenvolver um plano de ação através das mídias digitais, de forma colaborativa com o público do município de Mamborê e arredores.
O uso da tecnologia no campo da História é algo que está ganhando espaço no meio acadêmico e para os historiadores públicos. Os diálogos possíveis em uma nova esfera pública de compartilhamento do campo da História são possíveis através das discussões de historiadores como Anita Lucchesi (2013) e
Serge Noiret (2015). Estes autores refletem o campo da História e Historiografia Digital, buscando discutir sobre as ferramentas digitais, usos da tecnologia, avanços das redes de comunicações na internet e como o historiador pode se utilizar dessa área para as práticas de divulgação da história, além de buscar a interação com o público neste processo.
[14] Ao utilizar este campo da História Pública Digital, concordamos com a premissa de Noiret de que existem potencialidades inexploradas no meio digital, que vão muito além de simplesmente comunicar, acessar e processar dados: novos sentidos são criados em cada relação tecnologicamente mediada – sentidos retóricos, políticos, históricos.
[15] É desta forma que o campo da História Pública Digital irá nos oferecer a possibilidade de ampliar o compartilhamento da pesquisa para as audiências. Com o uso da web é possível reunir diversos tipos de usos de mídia no mesmo espaço, como por exemplo, utilizar arquivos de áudios, sons, imagens, vídeos, podcast e ainda promover a dinâmica de interação entre o público de forma atual e prática. Além disso, compreendemos que não basta apenas utilizar as ferramentas digitais, acervos, sites ou blogs sem utilizar também as audiências nesse processo construtivo.
Com o desenvolvimento do estágio obrigatório do Programa de Pós-Graduação em História Pública, que ocorreu no Museu do Holocausto em Curitiba foi essencial para compreender a forma de mediação das memórias das vítimas do holocausto.
[16] Conhecer a transmissibilidade da história com a sensibilidade em abordar a temática para um grande público foi uma contribuição importante para repensar as formas de mediação das memórias dos munícipes de Mamborê.
Isto em razão de que abordaremos memórias traumáticas que merecem todo cuidado e respeito por parte dos pesquisadores e comunidade envolvidos. Por meio de uma reflexão em educação humanizada com o público em que os mediadores do Museu do Holocausto realizam naquele espaço, tornou-se um instrumento operacional imprescindível para o desenvolvimento da pesquisa em História Pública, bem como uma ferramenta vital para pensar na interação com interagir com as audiências na cidade de Mamborê. Em termos metodológicos e, a partir desta valiosa experiência, articularemos entrevistas,
pesquisa de opinião pública,
roda de conversas, tendo como produto final em História Pública a produção de um
website.
A pesquisa e o registro das memórias de sujeitos estigmatizados ou mesmo os traumas de seus familiares serão registrados, analisados, armazenados e difundidos a partir da metodologia em História Oral como prática em História Pública. Entendemos que o trabalho com a História Oral pode promover interpretações sobre as formas pelas quais os participantes da pesquisa constroem e reconstroem suas histórias e, ao mesmo tempo, propiciam contato e interatividade entre pesquisador e audiências.
[17]A contribuição da História Oral para o campo da História Pública é a de compartilhar para as demais audiências as experiências vividas pelos moradores em torno das memórias em relação ao suposto médico nazista. Será utilizada História Oral Temática, pois com ela é possível refletir o movimento que a comunidade em geral viveu em relação ao caso. Este movimento que a História Oral Temática possibilita para a pesquisa é a partir de relação entre realizar o entrecruzamento entre a experiência e a memória dos indivíduos no momento em que estes expõem suas falas. Busca-se com tais perspectivas ir além da coleta de memórias e a de sua transformação em informações compartilháveis. Sem dúvida, a produção de conhecimento sensível poderá implicar em compromissos públicos, por meio de debates amplos e processos de reconhecimento. As abordagens da História Oral no debate público estão atualmente na sociedade assumindo um papel ativo na abertura de espaços narrativos nos quais as histórias sejam criadas, transmitidas e circuladas na configuração não de uma cultura autobiográfica, mas de uma cultura de transmissão e compartilhamento de experiências.
[18] Neste sentido, a História Oral enquanto metodologia possibilitará compreendermos não apenas memórias de experiências comuns, mas também um campo de possibilidades compartilhadas, reais e imaginárias.
[19] As entrevistas de base qualitativa serão utilizadas para abranger uma análise além da descrição do objeto, com a intenção de promover uma reflexão aberta no processo de escuta das falas e compreender as diversas narrativas construídas nesse processo de rememoração. Além disso, o entrevistador e o entrevistado irão obter juntos os processos de rememoração do passado, fazendo com que o trabalho com a história oral seja construído coletivamente entre ambas as partes. Desta forma, o entrevistador não se isenta ou se afasta de seu objeto, pelo contrário, faz parte dessa construção das memórias. A primeira etapa com as entrevistas será realizada a partir de um roteiro com questões preliminares para sua respectiva aplicação. Em seguida, propomos o contato prévio com as pessoas que viveram no período em que o médico Josef Kanat morou no município de Mamborê e, também, o contato com pessoas que conheceram casos gerais e específicos abrangidos pela pesquisa. Para finalizar a análise serão identificadas todas as fontes simultaneamente dialogando com autores que abordam sobre imaginário, identidade, traumas psíquicos, erros médicos e memória.
As entrevistas serão armazenadas no Colegiado de História, nos computadores do departamento de Pós Graduação em História Pública, na Unespar, campus de Campo Mourão. Essa medida será tomada, pois a Instituição ainda não possui um repositório de armazenamento próprio. Para o acesso ao público em geral, será possível disponibilizar o material coletado nas plataformas do Google Drive em pastas públicas compartilhadas. Para a consulta ou pesquisa de opinião pública será utilizada a ferramenta “Formulários Google”, na qual serão colocadas perguntas para a população responder. O questionário ficará disponível para a população no período de dois meses, e para que as pessoas tenham conhecimento será divulgado em sites de notícias e através de radiodifusão.
Em relação à proposição de uma “roda de conversa”
[20] serão convidados sujeitos selecionados nas entrevistas orais e o público que se disponibilizar espontaneamente para esta atividade. Nesta etapa da pesquisa será utilizado para o debate ferramentas tais como: fotografias, jornais, painéis e objetos que possam representar o passado. Para contribuir com a roda de conversa, o psicólogo do município será convidado para a realização de mediações sobre os temas traumas de erros médicos e suas consequências para as vítimas e familiares. Esse material será gravado e ficará também disponibilizado posteriormente em acervos públicos do Município de Mamborê e Campo Mourão, em salas ou espaço públicos para que as pessoas possam ter acesso.
Como forma de divulgar e ampliar as audiências da pesquisa será produzido um website composto por seções temáticas organizadas a partir de temas previamente selecionados, podendo ser reproduzidas entrevistas, no formato podcast, informações, notícias, arquivos, imagens e discussões que abordam os objetos da pesquisa. A criação do website pode condicionar interconexões com o público em relação à interpretação do passado, e também promover a interação com debates atuais sobre a suposta passagem do médico nazista no município e seus desdobramentos na atualidade.
FONTES DE PESQUISA E PLANO DE TRABALHO
As fontes da pesquisa compreendem em fotografias, notícias de jornais, livros, autobiografias, documentários, matérias em programas de televisão e depoimentos pessoais. Essas fontes irão proporcionar a reflexão dos materiais já produzidos que estão disponíveis na comunidade e fontes que serão produzidas a partir do trabalho nas perspectivas da História Oral.
Dialogar com fotografias exige do pesquisador um olhar crítico em relação à imagem, pois de acordo com Ana Maria Mauad (1996) a fotografia pode ser considerada como um símbolo que informa o que, no passado, a sociedade estabeleceu como a única imagem a ser perenizada para o futuro. A fotografia torna-se uma das formas de representar momentos que foram vividos em determinados tempos em forma de imagem para ser relembrada no futuro. E desta forma, demonstram também a subjetividade e intencionalidades dos sujeitos para representar suas perspectivas de espaço e tempo.
Para nossa pesquisa, existe uma única fotografia em preto e branco que apresenta o médico Josef Kanat, que foi tirada no final da década de 1950, nas Bodas de Pratas do casal Giácomo e Dilceia Cionello. Na fotografia encontra-se o Giácomo, Theodomiro Tiburcio, Pe. Guilherme, Dileta, Ione, Darci Veiga, João Seratiuki e Josef Kanat. Essa fotografia está disponível no livro “História de Mamborê”, do autor Vilson Olipa (1998). A fotografia em especial é de extrema importância, pois ela será analisada pelos pesquisadores e também com a população.
Para realizar uma análise de fotografia com o público é necessário seguir alguns procedimentos
[21], e para isso, vamos dividir essa atividade em dois momentos. Na exposição memorial ocorrerá um espaço para a roda de conversa e nesse momento haverá uma breve discussão sobre como analisar fotografias, discutindo elementos técnicos e culturais. O segundo momento consiste na análise e reflexão da fotografia onde aparece o médico Josef Kanat e assim, será possível construir apontamentos, questionamentos e comparações em relação à imagem de Josef Kanat e Josef Mengele. As pessoas irão registrar suas análises de forma escrita e oral e esse material posteriormente servirá também como fonte de pesquisa na compreensão da construção deste imaginário.
A próxima fonte a ser analisada é em relação às notícias de jornais que relataram essa história de que poderia ser Josef Mengele o médico que morou em Mamborê na década de 1950. Os jornais estão disponibilizados no Museu Municipal de Campo Mourão, em média são de 10 a 15 cópias de jornais que relataram a passagem de Mengele no interior do Paraná. Algumas dessas reportagens não abordam o ano de sua publicação, somente o mês, essas possivelmente podem ser da década de 1980, o editor e a empresa que reproduziu a notícia também não foram citados nessas publicações. Os jornais impressos possuem uma boa qualidade para a análise, apesar de serem cópias. Serão utilizados também jornais recentes que abordam o tema. As reportagens recentes são do jornal Tribuna do Interior de Campo Mourão (2011) e abordam um documento com a assinatura de Josef Kanat em uma certidão de óbito de uma jovem de 19 anos e uma análise junto ao Conselho Regional de Medicina do Paraná.
Ao escolher um jornal como objeto de estudo justifica-se por entender a influência da imprensa como produto de interesses e de intervenções na vida social e cotidiana. Concordamos que as produções jornalísticas “negam-se, pois, aqui, aquela perspectiva que a tomam como mero veículo neutro dos acontecimentos, nível isolado da realidade político-social na qual se insere”.
[22] Diante disso, é preciso analisar as narrativas produzidas nos jornais para compreender os possíveis interesses neste caso e se as publicações refletiram na construção do imaginário entre Kanat ser o médico nazista disfarçado.
Além dos jornais impressos, outras formas de comunicação como entrevistas, documentários e reportagens em programas de Tv, foram reproduzidas abordando a passagem do médico nazista no Brasil e no interior do Paraná. Neste caso, vamos utilizar a reportagem da Rede Globo Estadual, publicada em 2013, intitulada “Meu Paraná investiga a possível passagem de Mengele pelo Paraná”. Essa reportagem foi realizada com os moradores do município de Mamborê e relatam memórias sobre a vida de Josef Kanat e sua vinculação a imagem de Josef Mengele.
Os jornais impressos, documentários e as reportagens serão também refletidos e analisados com a população na roda de conversa por mediação dos pesquisadores, onde serão expostas todas as fontes para as pessoas terem contato para leitura e também produzirem suas análises. Em seguida, essa reflexão poderá ser registrada por meio de fala ou escrita. Essa atividade será importante para diagnosticar se essas fontes foram influenciadoras na construção do imaginário na década de 1980 e se há ainda essa influência mediática nos dias atuais que contribuem para que essa memória seja reavivada.
Nos últimos anos, principalmente pós década de 1980, há uma busca entre os historiadores em utilizar estudos biográficos em seus trabalhos. A sociedade contemporânea interessa-se na vida privada dos sujeitos, principalmente de personagens destaques, no sentido de analisar minunciosamente detalhes da esfera privada e sua repercussão pública. Desta forma, ocorreu um grande sucesso editorial de biografias, o que repercutiu também na produção dos historiadores.
[23]A análise da autobiografia e livros já reproduzidos sobre a vida de Josef Mengele é recente. Essas biografias são importantes para compreender sua vida antes e pós-segunda Guerra Mundial e sua fuga para os países da América Latina. Com isto, é possível analisar sua trajetória nos períodos que supostamente estaria no município de Mamborê, questionando datas e locais. Para isso, foram selecionadas as seguintes obras: “Os escritos autobiográficos de Josef Mengele” de Helmut Galle (2011), “A história completa do Anjo da morte de Auschewitz” de Gerald L. Posner e John Ware (2019), “O desaparecimento de Josef Mengele” por Oliver Guez (2019) e o “Mengele, o último nazista” de Gerald Astor (2008).
Para serem trabalhadas as biografias de Josef Mengele com a população na roda de conversa, será disponibilizado o material para consulta e leitura, sendo feito destaques do período que supostamente ele estaria em Mamborê. Far-se-á uma reflexão sobre construção e estudos de biografia e os impactos que elas causam na sociedade. As pessoas poderão produzir relatos de suas biografias com a experiência da passagem de Josef Kanat em Mamborê, ou sobre os impactos do imaginário que haveria um médico nazista no município.
Para que a pesquisa possa atingir um número mais amplo de debate e discussões, por meio do
website a comunidade poderá ter acesso a essas fontes que estarão armazenadas nas seções temáticas. A plataforma “
WordPress” foi escolhida para essa produção, a escolha deu-se pela análise da experiência favorável
[24] que a plataforma possui por seus recursos disponíveis que facilitarão a difusão do material produzido na pesquisa, além de ser uma plataforma sem custos. Todas as fontes serão digitalizadas para o armazenamento no o
website. Desta forma, os sujeitos poderão também compartilhar suas experiências e relatos com as fontes que obtiveram acesso.
O uso das fotografias, jornais, autobiografias, livros, documentários e reportagens serão fundamentais para promover à reflexão entre os sujeitos da comunidade e também nas entrevistas. Essa reflexão e experiência reproduzida e compartilhada por meio da utilização dessas fontes fazem parte da prática colaborativa que está de encontro com as perspectivas da História Pública.
CRONOGRAMA
ATIVIDADES 2019 | J | F | M | A | M | J | J | A | S | O | N | D |
1 Entrega do projeto para aprovação do CEP | X |
2 Levantamento e Seleção das fontes | X | X | X | X | X |
3 Orientação | X | X | X | X | X | X | X | X | X |
4 Leituras bibliográficas | X | X | X | X | X | X | X | X | X |
5. Levantamento de espaços para realização do Exposição Memorial | X | X |
6. Disseminação dos resultados parciais da pesquisa em eventos | X | X | X |
7. Produção do website | X | X | X | X | |
ATIVIDADES 2020 | J | F | M | A | M | J | J | A | S | O | N | D |
1 Coletas das entrevistas | X | X | X |
2. Transcrição das entrevistas | | X | X | X | | | | | | | | |
3. Aplicação de questionário online | X | X | X | | | | | | | | | |
4. Análise dos dados das entrevistas e outros documentos | | | X | X | X | X | | | | | | |
5. Qualificação | X |
6. Preparação da Exposição Memorial e aplicação | X | X |
7 Disseminação dos resultados da pesquisa em eventos e elaboração de Artigos | X | X | X | X |
8 Orientação | X | X | X | X | X | X | X | X | X | X | X | X |
9. Alimentação do Website com o conteúdo da pesquisa | | | X | X | X | X | X | X | | | | |
ATIVIDADES 2021 | J | F | M |
1 Orientação | x | x | x |
2 Defesa e entrega do Trabalho Final | x |
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Juniele Rabêlo de. Práticas de história pública: O movimento social e o trabalho de história oral. In: MAUAD, Ana Maria; ALMEIDA, Juniele Rabêlo de; Santhiago, Ricardo. (Orgs.) História Pública no Brasil. Sentidos e Itinerários. São Paulo: Letra e Voz 2016.
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CALONGA, Maurilio Dantielly. O jornal e suas representações: objeto ou fonte da história? Comunicação & Mercado/UNIGRAN - Dourados - MS, vol. 01, n. 02 – edição especial, p. 79-87, nov 2012.
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PORTELLI, Alessandro. A filosofia e os fatos. Revista Tempo, v. 1, n. 2, p.08, 1996.
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THOMPSON, P. A voz do passado – História Oral. 2. edição. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
[1] A presente proposta também está vinculada ao projeto Cidades, Museus e Monumentos: Lugares de Memória Pública (sécs. XX – XXI), de Michel Kobelinski, que visa promover a pesquisa em rede, a consolidação de linhas de pesquisa na instituição e a difusão do conhecimento em História Pública.
[2] A História Pública Digital é um campo em que o historiador (a) utiliza dos recursos digitais e tecnológicos no processo colaborativo com a população para divulgação histórica. De acordo com Noiret (p. 10, 2015) “As atividades de “história pública digital” nos sites interativos da
web de nova geração 2.0 favorecem um encontro “face a face” com a história e as suas fontes”.
[3] O
podcasting é um processo midiático baseado em emissões sonoras, que utiliza a Internet como suporte para seu funcionamento e propagação de suas mensagens. (FLORES, 2014, p.16).
[4] A partir das perspectivas de Sandra Jatahy Pesavento, o “imaginário é construído pelos sujeitos como um sistema de ideias e imagens de representação coletiva” (1995, p.01).
[5] Para Gilbert Durand (1994, p. 26) “Todo o imaginário é articulado pelas estruturas irredutivelmente plurais, mas limitadas a três classes gravitando em torno dos
schèmes matriciais do ‘separar’ (heróico’), do ‘incluir’ (místico) e do ‘dramatizar’ – suspender no tempo as imagens numa narrativa – (disseminatória)”.
[6] Na discussão sobre imaginário para o sociólogo francês Michel Maffesoli (2001, p. 76) o “imaginário é o estado de espírito de um grupo, de um país, de um estado, nação, de uma comunidade, etc. O imaginário estabelece vínculo. É cimento social. Logo, se o imaginário liga, une numa mesma atmosfera, não pode ser individual”.
[7]ALMEIDA, Juniele Rabêlo de. Práticas de história pública: O movimento social e o trabalho de história oral. In: MAUAD, Ana Maria; ALMEIDA, Juniele Rabêlo de; Santhiago, Ricardo. (Orgs.)
História Pública no Brasil. Sentidos e Itinerários. 2016, p. 55.
[8] LAPLANTINE, François; TRINDADE, Liana.
O que é imaginário. Brasiliense, 2017.
[9] HALL, Stuart.
A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2001, p.38.
[10] Ver por exemplo, o filme Wakolda (2013), baseado no romance de Lucía Puenzo; o livro “Mengele: El Ángel de la Muerte en Sudamérica”, de Jorge Camarasa sobre experiências genéticas na cidade brasileira de Cândido Godói (1963); e, a suspeita de que que o corpo vitimado por afogamento em Bertioga (SP, 7/02/1979), enterrado com o nome de Wolfgang Gerhard, posteriormente exumado do cemitério de Embu das Artes (06/06/1985)não seria de Josef Mengele, segundo Ben Abraham.
[11] LIDDINGTON, Jill. O que é história pública? O público e seus passados. In: ALMEIDA, Juniele Rabêlo de; ROVAI, Marta Gouveia de Oliveira (Orgs.).
Introdução à História Pública. SP: Letra e Voz, 2011, p.31-52. SANTHIAGO, Ricardo. Duas palavras, muitos significados. Alguns comentários sobre a história pública no Brasil. In: MAUAD, Ana Maria; ALMEIDA, Juniele Rabêlo de; Santhiago, Ricardo. (Orgs.)
História Pública no Brasil. Sentidos e Itinerários. SP: Letra e Voz, 2016, p. 23-36.
[12] ALMEIDA, Juniele Rabêlo de; ROVAI, Marta Gouveia de Oliveira, op cit., p.08.
[13] Serão aplicadas em média 15 entrevistas com pessoas com a faixa etária entre 18 a 90 anos no município de Mamborê com perguntas fechadas, sem identificação dos colaboradores. Segundo a resolução n° 510/2016 a ética da pesquisa implica no respeito pela dignidade humana e a proteção devida e prevenção de possíveis danos aos participantes.
[14] LUCCHESI, Anita. História e historiografia digital: diálogos possíveis em uma nova esfera pública.
Conhecimento, História e Diálogo, 2013. NOIRET, Serge. História digital pública.
Liinc em Revista, v. 11, p. 28-51, 2015.
[15] NOIRET, Serge. op cit., p. 05.
[16] Estágio realizado no Museu do Holocausto em Curitiba- Paraná, no período entre os dias 30/07/2019 à 02/08/219. A realização do estágio é uma atividade obrigatória do Projeto Integrador do Programa de Pós Graduação em História Pública.
[17] ALMEIDA, Juniele Rabêlo de; MENESES, Sônia. op cit., p.107.
[18] SANTHIAGO, Ricardo. op cit., p.149.
[19] PORTELLI, Alessandro. A filosofia e os fatos.
Revista Tempo, v. 1, n. 2,1996, p.08.
[20] A roda de conversa é um instrumento que permite ao grupo envolvido o compartilhamento das experiências e no desenvolvimento de suas reflexões sobre determinado assunto pré-estabelecido, sendo um processo mediado por profissionais na área. (LIMA; MOURA, 2014)
[21] Será utilizada a metodologia histórico-semiótica para a análise da imagem e as contribuições reflexivas da autora Ana Maria Mauad (1996) em seu texto “Através da imagem: fotografia e história interfaces”, onde a autora também disponibiliza as fichas de elementos essenciais presentes em uma análise fotográfica.
[22] CALONGA, Maurilio Dantielly. O jornal e suas representações: objeto ou fonte da história?
Comunicação & Mercado/UNIGRAN - Dourados - MS, vol. 01, n. 02 – edição especial, 2012, p.84.